Comunidade de traders esportivos ganha adeptos, mas riscos são bem parecidos aos do mercado de ações.
Na Bolsa Esportiva se permite que os clientes apostem uns contra os outros, em vez de apostar com um agente de apostas tradicional. Ao combinar vários clientes, em vez de assumir o risco em si, a Exchange ou Bolsa Esportiva oferece a opção de “apostar contra”, ou seja, apostar contra o acontecimento de um dado evento.
A Betfair Exchange é a maior bolsa de apostas esportivas do mundo. A Exchange segue o modelo de uma bolsa de valores, mas neste caso substituindo as ações por cotações de apostas em eventos esportivos, política e entretenimento entre muitos outros.
LEGALIDADE NO BRASIL
No final de 2018, o presidente Michel Temer sancionou a Lei 13.756/2018, que tornava lícita, em todo o território nacional, a atividade de apostas esportivas de cotas fixas. A justificativa do governo era arrecadar impostos a partir de um mercado que movimenta no Brasil cerca de R$ 4 bilhões por ano, de acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A lei colocava sob atribuição do Ministério da Economia a regulamentação da atividade em no mínimo dois anos, prorrogáveis por mais dois. O tempo passou e o assunto não avançou na esfera política. Os apostadores permanecem em um limbo jurídico, enquanto as casas de apostas, mesmo sem ainda terem sede no Brasil, investem agressivamente no público nacional e driblam tecnicalidades para operarem com a moeda brasileira.
Para se ter uma noção, dos 20 clubes de futebol que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro, pelo menos 13 têm alguma parceria com casas de apostas. Antes da pandemia que paralisou os campeonatos de futebol, esse número era ainda maior, chegando a 16 equipes.
A fim de ter um retrato fiel do mercado de apostas esportivas, o Meus Investimentos entrevistou personagens reais dessa história. Alguns deles, inclusive, vivem de estudar estatísticas e fazer predições dos jogos, os auto-denominados traders esportivos profissionais.
A BOLSA DE VALORES DO MUNDO ESPORTIVO
Podemos definir o Trader Esportivo como uma negociação de probabilidades durante um evento esportivo, ou seja, dentro de cada evento esportivo, seja uma partida de futebol de tênis, de basquete etc., existem pessoas comprando e vendendo probabilidades envolvidas nestes eventos.
Tomando o futebol como exemplo, as negociações mais comuns são a probabilidade de um time vencer e perder o jogo, a probabilidade de sair mais ou menos gols e etc.
Segundo o especialista de trader esportivo Marcelo Rodrigues, “A principal dificuldade das pessoas nesse mercado em ascensão é principalmente a emoção atrelada ao vício. – Um Player e Trader Esportivo consciente requer estudo, disciplina e uso da razão.”
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RISCOS: O QUE DIZ A PSICOLOGIA ECONÔMICA
A psicanalista e doutora em psicologia econômica, Vera Rita de Mello Ferreira, uma das pioneiras na área há 26 anos, defende que é comum um sentimento que envolve os apostadores que se relacionam entre si pelas comunidades de apostas esportivas: o FOMO, ou fear of missing out (medo de ficar de fora, em tradução livre).
“É o que vai empurrando as pessoas a fazer um número grande nas apostas”, explica. Depois, esse mesmo medo pode fazer com que o trader ignore mais os riscos envolvidos na prática, “principalmente depois de uma perda”, enfatiza Vera Rita.
Segundo ela, as comparações com o mercado da bolsa de valores são válidas quando se olha a influência das redes. Ferreira afirma que “o boca a boca é muito forte”, mas acredita que os profissionais que fazem divulgação pelo YouTube, por exemplo, jogam no sentido do viés de confirmação. “É como se acendesse a luz verde na minha cabeça, e eu corro para o abraço. Acho que aquilo é real, ou provável de acontecer no futuro, que não tem risco, porque aquilo está confirmando o que já penso.”
Segundo Bampi, o mercado é bem arriscado, por isso nunca trabalha com alavancagem. São muitos altos e baixos e é preciso ter um controle rígido do que entra e sai das apostas. “Consigo fazer um rendimento de 5%. Para o mercado financeiro, ainda mais nesse momento, 5% ao mês seria algo utópico, para mim é viável”, afirma.